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O Livro "O Estado e a Administração Pública: economia, política, sociedade e reformas do Estado" de Autoria da Professora da UFPE-Campus do Agreste foi lançado em 5 de maio na cidade de Curitiba durante o 2º Congresso Sul Brasileiro de Gestão Pública.
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Este trabalho surgiu com um questionamento despertado pela percepção da incoerência entre a proposta teórica da reforma administrativa do Estado brasileiro e a realidade em que vive o funcionário público em seu cotidiano. Nossa experiência como funcionária pública na Polícia Rodoviária Federal nos possibilitou participarmos de alguns cursos integrantes do Programa de Capacitação da ENAP, e percebemos que embora o discurso da nova administração permeasse todo o material instrucional distribuído, ao final dos cursos permanecíamos sem compreender qual o papel dos servidores frente as mudanças que precisavam ser empreendidas para que o Estado conseguisse concretizar suas novas pretensões.
A sensação de estranheza e insatisfação que sentimos, ao conhecer a programação de cursos da ENAP e de participar de algumas de suas atividades, conduziu-nos a pesquisa que resultou neste livro. Nele analisamos as relações existentes entre a concepção de educação para a cidadania e a formação política dos servidores públicos promovida pelos cursos de formação da ENAP, mediante da perspectiva de democratização proposta pela Reforma Gerencial proposta para a administração Pública no Brasil.
Isto porque, embora concordemos com os reformadores quanto à necessidade de preparar os servidores públicos para as mudanças que alteram toda a configuração da máquina estatal, nos perguntamos: que tipo de educação está sendo desenvolvida pela ENAP? Para que cidadania e democracia se pretende educar o servidor? Quais os fundamentos de uma educação que se diz voltada para o aprendizado social da cidadania e para a consolidação da democracia?
Nos questionamos, principalmente, se sua programação dirige-se a construção da democracia participativa no Brasil, formando os servidores para o exercício da cidadania ativa, ou se ao contrário disto, dirige-se a continuidade da velha democracia brasileira, estritamente formal, que direta ou indiretamente vêm formando os cidadãos brasileiros para uma permanente atitude passiva diante de um Estado autoritário e castrador.
Com a publicação e divulgação deste livro esperamos provocar discussões sobre o papel e modelo do Estado brasileiro, contribuindo para que administradores públicos, servidores públicos, políticos e de modo mais amplo os cidadãos brasileiros se sintam movidos para questionar, participar e transformar a realidade da administração pública no Brasil.